27.12.10

pensamento nu é melhor que coisa-mal-falada


eu flutuo nas horas vagas e nos tempos perdidos.
conceitos vagabundos é que não. coisas concretas ainda menos.
gosto de froids e salvadores dalis.
que venham porcos a voar. eu cá estarei a sonhar.

26.12.10

divagações com aguarelas

um desenho por dia, nem sabes o bem que te fazia.

22.12.10

apontamentos metro(politanos)

limitava-se a olhar com o pensamento tão triste que até a mim me deprimiu.
é o ser mais pequeno. mais urbano.
já não vive na inocência. já a perdeu num acidente. rasteiras da vida.
ouso pensar o que ele pensa. ao intrometer-me de tal modo olhou-me nos olhos.
raiva? não. vazio. nunca pensei que uns olhos tão castanhos pudessem estar tão ausentes.
o brilho já não existia. só uma cor baça. a vida já morrera. só um branco distante estava presente.

não me vês e eu não te consigo ver mais.

adeus e até à próxima estação, meu velho.

19.12.10

aforismos macabros



para os meus queridos professores. o de desenho. e o de português.
a minha mãe mostrou-me esta pérola do sarcasmo para o professor F, mas achei que o D iria gostar mais.

caí do céu, gela o chão.


o vento fustigava-me demasiado os olhos molhados. gelava-os. turvava-os.
sentia um aperto no coração e nos dedos. mas o frio era já tanto que as pontas nuas dos dedos estavam roxas. quase mortas. suspirei.
o outono chegou. e o inverno ainda está para vir.

um dia homem amanhã um talvez

se lhes dissessemos na cara que cada vez mais se parecem com as mulheres ficariam fulos. mas iriam reconhecer.
fazem birras e esquemas elaborados para saber mais.
tudo num jogo de palavras e olhares. como a femme fatale, mas com mais masculinidade.
essa palavra já parece uma coisa muito esquecida. estão mais depilados e mais sensíveis. mais nós.
eu cá gostava que fossem mais eles.

8.12.10

trafulhices de uma gata preta

caros amigos,
a rossi comeu o meu resto de gelado.

se ela continuar assim tranco-a na gaveta.

2.12.10

uma granjada assmigalada

catarina: sabes qual é a cena mais lixada para dizeres a uma pessoa?
mia: o quê?
catarina: interpreta como quiseres.
mia: mesmo potente.

bons-dias

no fundo da chávena

segue os buracos na calçada