18.6.10

voando nas asas da fantasia

já quis voar. até longe. até ao infinito.
só ainda não o fiz porque tenho medo de cair.
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15.6.10

histórias para te contar quando fores dormir


   pegaste-me na mão, a tua quente e a minha fria. olhaste-me com a tua cor negra e inexpressiva. surpreendi-me. ternura e arrependimento reflectiam-se na tua escuridão tão avassaladora, de repente os teus olhos pareciam vivos e quentes. como as tuas mãos.
   soube perceber um pedido de desculpas.
   se fosse outra pessoa e o erro fosse o mesmo gritaria e choraria até que me dissessem essa palavra que não apazigua assim tanto. está demasiado gasta, parece que só uma locução(uma longa) tem o efeito que a conjunção já teve.
   mas eras tu. o que outrora havia sido gélido e arrogante mas misterioso e carismático(e tão belo!). descobri qual era o teu ponto fraco, o que te deixa nu e inofensivo. o teu ponto sensível. eu. pedi para mudares, chorei até. gritaste com raiva que ninguém alguma vez te mudaria e muito menos eu. partiste-me o coração. não percebia como te podia amar mesmo com todas as tuas atitutes de desleixo emocional. amava-te da mesma maneira que te odiava. fugi de ti e daquele banco de tinta escura e morta.
   agora és tu que me pegas na mão e pedes desculpa.
   quero-te perdoar. já te perdoei porque o meu amor é demasiado insano e entranhado. no entanto há esta dor lacinante no meu ser, não sei se alguma vez passará. se passar sei que voltará a arrebatar-me desta ilusão em que vivo constantemente.
   não quero mas prefiro sofrer na tua companhia do que na tua ausência.
   diz-me que me amas. só uma vez. só para não sentir tanto esta ferida.
   engana-me! só mais uma vez.



10.6.10

rico em pó e letras. bom para o cérebro.


   temos 907 livros. na sala.

   um dia peço ao meu irmão para contar os dos nossos quartos e do escritório.

   a nossa fortuna está nos livros, vão ser deixados no nosso testamento.
   ainda bem, assim terei um ADN rico assim como a biblioteca.

2.6.10

quando já quase não sobra nada


   por mim desaparecia. por mim nem existia. tenho azar a mais. que me odeiem. não vos posso odiar. o meu sangue não mo permite.
   o silêncio será o meu melhor amigo e o ódio o meu substituto do oxigénio. a raiva será a suplente do dióxido de carbono.
   nos vossos olhos posso ver o ódio que sentem por mim. agora nos meus podem ver a minha mais profunda tristeza.

bons-dias

no fundo da chávena

segue os buracos na calçada