14.5.12

novo ninho

obrigada pela sugestão fonfas.

http://pesomortoconsciente.tumblr.com/

22.4.12

paragem por osmose

quebra dum vértice
perdição inlocal
surdez imóvel
num nevoeiro
de fim do mundo.



a quebra dum vértice transformou-se na perdição inlocal que a surdez imóvel sopra num nevoeiro de fim. as manhãs trocam-se com as noites num suspiro de loucura sem fantasmas. os joelhos elevam-se sem saber quem são ao que não lhes é permitido o direito de saber. jazem os corpos carinhosos sobre as madeiras e as pedras duma terra de ninguém.

11.4.12

punho ardor


tudo o que sou
traduz-se não
ser sou
parede buraco
rasgada e nua
em alma fogo
um corpo insólito.

nada me sou
amassada translação
luz céptica
na mão imaculada
que mordo de desejo.


Lissabonna, 21-02-2012

o que sou partiu num cigarro para o que sou jamais

Lissabonna, 19-02-2012

18.3.12

teu braço


perder tempo,
só perdi a respirar.

sou poesia,
até quando não o desejo.

amo com dor, 
com atentado ao eterno.

sou violência a estalar
entre alma e inocência
dum nado-morto.


Lx, 14-02-2012

4.3.12

MANIFESTO PELA PALAVRA:

(fui eu que tirei a fotografia Mestre G.)
Ser pela palavra antes do som.
Escrever pela alma antes do mundo.
Partilhar o intelecto antes do isolamento.
Criar o conjunto antes do individualismo histérico.
Amar a literatura e a arte antes de nós mesmos.
 
 Lx, 04-02-2012

27.2.12

CABELEIRA DESFIADA


árvores prostitutas
duma insónia desvairada,
insanidade introspectiva 
sem rumo.

em ti peco
em ti sonho.

pensamento prolixo
no silêncio
que as alma são
esquecendo-se.

23-01-2012

24.1.12

quarto escuro

 (    Man Ray, Les mains d’Antonin Artaud, 1922   )

nos rostos incógnitos das minhas paredes descubro suspiros de extâse que me inspiram.

nos olhos vivos de quem nunca aqui esteve, encontro histórias nossas que me arrepiam os dedos, sentindo que partilhámos um micro-cosmos de pensamento.

ó magnífica ilusão, em ti peço o prazer de retomar a memória que pensa sem reinar.


Lx, 11-01-2012

15.1.12

sonho espesso


flutuar
flutuar como uma criança acordada.

pensar
pensar como um buddha esquecido.

apaixonar
amar como um grão queimado.

Lx, 02-01-2012

bons-dias

no fundo da chávena

segue os buracos na calçada