22.4.12

paragem por osmose

quebra dum vértice
perdição inlocal
surdez imóvel
num nevoeiro
de fim do mundo.



a quebra dum vértice transformou-se na perdição inlocal que a surdez imóvel sopra num nevoeiro de fim. as manhãs trocam-se com as noites num suspiro de loucura sem fantasmas. os joelhos elevam-se sem saber quem são ao que não lhes é permitido o direito de saber. jazem os corpos carinhosos sobre as madeiras e as pedras duma terra de ninguém.

11.4.12

punho ardor


tudo o que sou
traduz-se não
ser sou
parede buraco
rasgada e nua
em alma fogo
um corpo insólito.

nada me sou
amassada translação
luz céptica
na mão imaculada
que mordo de desejo.


Lissabonna, 21-02-2012

o que sou partiu num cigarro para o que sou jamais

Lissabonna, 19-02-2012

bons-dias

no fundo da chávena

segue os buracos na calçada