pegaste-me na mão, a tua quente e a minha fria. olhaste-me com a tua cor negra e inexpressiva. surpreendi-me. ternura e arrependimento reflectiam-se na tua escuridão tão avassaladora, de repente os teus olhos pareciam vivos e quentes. como as tuas mãos.
soube perceber um pedido de desculpas.
se fosse outra pessoa e o erro fosse o mesmo gritaria e choraria até que me dissessem essa palavra que não apazigua assim tanto. está demasiado gasta, parece que só uma locução(uma longa) tem o efeito que a conjunção já teve.
mas eras tu. o que outrora havia sido gélido e arrogante mas misterioso e carismático(e tão belo!). descobri qual era o teu ponto fraco, o que te deixa nu e inofensivo. o teu ponto sensível. eu. pedi para mudares, chorei até. gritaste com raiva que ninguém alguma vez te mudaria e muito menos eu. partiste-me o coração. não percebia como te podia amar mesmo com todas as tuas atitutes de desleixo emocional. amava-te da mesma maneira que te odiava. fugi de ti e daquele banco de tinta escura e morta.
agora és tu que me pegas na mão e pedes desculpa.
quero-te perdoar. já te perdoei porque o meu amor é demasiado insano e entranhado. no entanto há esta dor lacinante no meu ser, não sei se alguma vez passará. se passar sei que voltará a arrebatar-me desta ilusão em que vivo constantemente.
não quero mas prefiro sofrer na tua companhia do que na tua ausência.
não quero mas prefiro sofrer na tua companhia do que na tua ausência.
diz-me que me amas. só uma vez. só para não sentir tanto esta ferida.
engana-me! só mais uma vez.
engana-me! só mais uma vez.
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