19.6.11

desenrolar

será o estalo oco que ditará o início de nada. perdido no espaço, esquece o corpo e tudo se expandirá numa implosão retrógada, aqui não conheces quem és. descobrindo que cada fala é errada, tudo é um improviso bera no qual te confundes nos tendões dos dedos. nos segundos surdos cada teu desconhecido representa quem sempre é sem nada não ser numa história de destino fácil. o riso de quem a que te agarras para recordar a carne soa flácido e esmorece em bolhas azedas. tão seco quanto o canto da divisão, vês a rua apinhada de palavras que não se conseguem fazer ouvir e cuja sombra dilata até ser outra onde nasceram as paredes que agora se transformam em matéria abstracta e orgânica, e aí talvez se chegue a concretizar que todo aquele espectáculo decorre com um limite regrado num palco de papel que corta as gengivas dos espectadores.


num decorrer do texto não publicado da hora zero no contexto duma pessoa, Lx, 19-06-2011

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